Olá malta
Espero que esteja tudo bem.
Sem mais demoras.
Uma conversa na prisão
Siena ouvia um barulho irritante de pingos a cair. Não se lembrava como tinha ali parado, abriu os olhos e tentou ver o que se passava para alem de uma densidade negra que a rodeava. Notou logo vários vultos deviam ser outras pessoas.
Viu umas grades mesmo à sua frente.
"Boa, só faltava termos vindo parar a uma prisão"
Viu uma janela alta onde entrava uma fraca luminosidade, lá estava a sua amiga Liliane a olhar para a rua. Sentia que algo estava errado, não estava tão à vontade como parecera naquela manhã no mercado.
Quase como se isso fosse um pensamento Liliane voltou a cara e olhou para ela.
- Já acordaste! - exclamou Liliane demasiado alegre para a ocasião.
- Pois, parece que estamos na prisão.
Liliane desceu e foi ter com ela. Notou que Siena parecia um tanto ou quanto assustada. Siena por seu turno notou o que estava mal em Liliane, era a falta de armas a que estava já habituada.
-Acho que deviamos acorda-los então. resolveu Siena voltando-se imediatamente para os ir acordar, mas foi travada pela mão de Liliane.
- Temos andando em tantas trapalhadas... deixa-os dormir, aqui pelo menos parece que estamos a salvo.
Siena olhou para ela e assentiu. Sentando-se em seguida. Não conseguia mesmo entender o que se passava, não tinham roubado, nem mentido, porque seria que estavam ali?
Liliane voltava a instalar-se junto à janela, Siena juntou-se a ela.
Notou que esta encontrava-se também muito assustada mas que não queria mostrar para não alertar os outros.
- Não precisas de ter medo, nunca estarás só. - disse Siena sorrindo carinhosamente.
A sua amiga olhou um tanto ou quanto espantada. E depois foi compreensiva e sorriu.
- Tens razão, mas a verdade é que ainda não controlo bem o meu poder. Da ultima vez, lá na ruela, mal disse uma coisa um homem morreu.
- Mas fizeste o que precisava de ser feito.
- Do que é que estão aí a falar? - perguntou uma voz sozinha vinda do escuro. Elas voltaram-se imediatamente, era um pequeno garoto e que parecia tão magro que elas nem sequer o tinham visto.
- Cala-te Thomas e volta para o escuro - resmungou outra voz mais adulta.
Siena e Liliane aproximaram-se e viram então quem eram os vultos. Homens e mulheres, jovens e crianças, com um aspecto deploravel encontravam-se ali no escuro.
Liliane aproximou-se e sentou-se junto do velho e tocou-lhe na face.
Numa voz baixa recitou algo que Siena não compreendeu mas que o velho entendeu e arregalou os olhos como se não estivesse ouvir bem aquilo que ela tinha dito.
- Conta-nos porque se esconderam de nós. - disse ela calmamente.
"Bem, isso aconteceu porque estavamos com medo. Os jovens normalmente são muito impulsivos e podiam julgar-nos mal. Depois acordas-te e olhaste-nos de uma maneira que nós sentimos um arrepiu intenso pela medula. Olha os outros tambem estão a acordar"
As duas raparigas olharam para os seus colegas a erguerem-se e a olharem para tudo com uma certa desconfiança mas assim que as viram sentadas ali no escuro, juntaram-se a elas.
"Já estão aqui todos, vou continuar. Estava a contar-vos que o mundo anda de mal a pior. A Escuridão, gente maléfica essa, amaldiçoou-nos com o seu manto de morte e a Luz serve-se dos guardiões como peoes. Já nada era como antes, em que todos conviviamos em paz e que recebiamos dádivas de ambos os lados."
- Então e os guardiães?
"Bem como vos disse os guardiaes são como peoes dos deuses, mas isso já sabem. Mas já agora esclareçam uma duvida nossa, quem é que vocês realmente são?"
Os quatro olharam-se nos olhos não sabendo bem o que responder, mas em acordo resolveram contar a verdade àqueles pobres coitados.
- Nós contamovos a nossa parte na história. - começou Nic - acreditem ou não nós viemos do futuro, viemos ao passado para descobrir respostas aos nossos problemas.
- Isso parece-me é um rol de mentiras - disse uma velha lá num canto.
- Acreditem ou não é a mais pura das verdades.
- Então como chegaram até aqui? - perguntou Thomas
- Eu tenho umas chaves que permitem viajar de mundos para mundos - respondeu Miliane
Eles calaram-se e naquele silencio algo os chamou à atenção. Um ferros a serem retirados.
Todos olharam para a porta da cela e viram o mago que os tinha enfeitiçado acompanhado por vários guardas.
Vestia agora ricamente.
- Vejo que já acordaram. - troçou ele.
Eles nem viram Liliane aproximar-se e ficar tão perto dele que os seus narizes quase tocavam. O mago ficou momentaneamente aturdido com aquela rapidez. Nicleido e Aran sentiram um feitiço a ser tecido à volta de Liliane e ainda tentaram chama-la à atençao, mas nada feito.
- Vejo que és mais habil nos feitiços que eu.
- Porque nos prenderam? - perguntou educadamente adoptando uma postura descontraida e um tanto ou quanto convidativa.
- É obvio. Vocês fizeram-se passar pelos Grandiosos Senhores os Guardiães do Segredo.
Liliane ficou a olhar para ele, o que queria ele dizer com os Guardiães do Segredo? Haveria algum segredo a proteger por de tras de toda aquela trama? Um segredo perdido pelos seculos?
- E qual é a sentença? - perguntou Aran interrompendo aquele olhar fulminante entre os dois.
- Era isso que vos vinha dizer antes de ser interpelado por esta jovem, vocês vão ser mortos de madrugada na corda à vista da população desta vila.
- Isso vai ser interessante. - comentou Siena e Miliane sorrindo abertamente. Ambas sabiam bem o que podiam fazer com os seus poderes.
- Podem sorrir muito, mas a verdade é que os vossos poderes se encontram presos dentro de vocês, eu proprio os prendi, por isso vai ser dificil evitar a corda. Agora vou deixar-vos com os vossos pensamentos.
Ambos se voltaram para Liliane à espera, sabiam que ela podia fazer alho, pelo menos sempre fazia algo para salvar das mais diversas situações.
- Não olhem para mim assim que não sei o que fazer.
Com um suspiro de derrotados sentaram-se ao lado dos outros mas Thomas perguntou ainda.
- Estavam a dizer quem vocês eram?
- Sim nós somos os guardiaes do futuro, temos algo em mãos que nem sequer sabemos o que é.
Liliane que se tinha afastado para pensar melhor juntou-se a eles.
- E não vos contei tudo, eu matei a escuridão num encontro que tive com ela, mas agora cumprindo a ancestral maldição vou ter de assumir o seu cargo.
- Isto está a tornar-se cada vez mais importante. - comentou Aran - temos uma princesa da morte mesmo ao nosso lado e amanhã de madrugada vamos todos ser mortos pela forca. Isto é mesmo hilariante.
- Não tem piada nenhuma Aran. - repreendeu Nic - os nossos poderes incluindo os de Liliane encontram-se reduzidos ao maximo, não podemos fazer nada.
- Podemos sim. Posso ensinarvos a lutar durante esta noite, e tentar arquitectar um plano de fuga. Talvez podemos fugir enquanto nos dirigimos para a forca.
- Boa ideia Liliane, e como vais começar a ensinar-nos?
- Por acaso já sentiram como se fizessem parte do vento?
Hoje fica por aqui. A imagem é na prisão.
Espero que gostem
Até sábado
Iruvienne
1 comentário:
Bem.. espantado nao saberia que a historia iria chegar a este ponto , ás portas da morte.. oh , como e´que eles se sairam desta hein?! Até gostei deste episodio (so uma pequena critica - faltou o ambiente acho que devias ter te apoiado num pouco como a prisão era) mas de resto esta perfeitamente perfeito!!
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